Originalmente publicada no blog ForeverYoung, entrevista realizada por Sandra Pinto.
Os tratamentos de Medicina Estética contribuem para melhorar a imagem e autoestima. Mas existem ainda alguns mitos (e preconceitos) que importa esclarecer.
A procura pela beleza e de alcançar determinados arquétipos estéticos tem sido uma constante na história da Humanidade, tanto por parte dos homens como das mulheres. Nos últimos anos temos assistido a uma grande expansão, tanto a nível nacional como internacional, da medicina estética. A harmonia e a proporcionalidade são palavras-chave de um aspeto facial e corporal atraente e cuidado, e as técnicas médicas, cosméticas e cirúrgicas têm-se aperfeiçoado cada vez mais para possibilitar uma beleza atrativa. Conversámos com Miguel Morgado, médico de medicina estética, de modo a perceber um pouco melhor o que leva cada vez mais pessoas a recorrerem a esta área da medicina.
Com o avançar da medicina estética, existem cada vez mais tratamentos que permitem não só mulheres, como também, homens obter a imagem desejada. Com a finalidade de proporcionar aos pacientes uma melhoria relativa à sua autoestima, os tratamentos da Medicina Estética são não-invasivos e podem tratar de variados problemas relacionados com a pele.
Em que consiste a medicina estética?
Consiste na prática médica que utiliza os procedimentos necessários à restauração, manutenção e promoção da estética, da saúde e da qualidade de vida. Ao contribuir para uma melhor auto-estima e equilíbrio psico-emocional dos pacientes, a Medicina Estética ajuda a alcançar objectivos que vão ao encontro da definição de saúde da OMS – estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença.
De que forma difere ela da cirurgia plástica?
Difere essencialmente por utilizar procedimentos minimamente invasivos e com tempos de recuperação mais imediatos.
Quais os procedimentos mais procurados?
Temos assistido a uma procura cada vez maior por tratamentos como o lifting com fios tensores, a rinomodelação (rinoplastia não cirúrgica) e o aumento de glúteos com ácido hialurónico corporal.
Essa procura demonstra que género de preocupações por parte dos portugueses?
Na maior parte dos países desenvolvidos o cuidado com a pele e o corpo está enraizado culturalmente e a sociedade aceita sem qualquer preconceito essas preocupações. Felizmente a mentalidade tem vindo a evoluir em Portugal e cada vez mais temos pacientes que realizam este tipo de procedimentos sobretudo para melhorar a sua qualidade de vida e obter um aspecto mais saudável e harmonioso o que se reflete também na sua auto-estima.
Quem procura mais estes tratamentos: homens ou mulheres?
Hoje em dia as preocupações estéticas são universais e não escolhem género. Tanto homens como mulheres investem em tratamentos e cuidados médicos para prevenir o envelhecimento e melhorar a qualidade da pele.
E de que idades?
Todas as idades sobretudo entre os 30 e os 50.
O que procuram mais os homens?
Tratamentos preventivos que devolvam um aspecto mais jovem e ao mesmo tempo preservem a naturalidade do rosto como por exemplo os bioestimuladores de colagénio e o mesolift com NCTF.
É isso muito distinto daquilo que move as mulheres a procurar a medicina estética?
Hoje em dia questão do género dilui-se no que diz respeito aos tratamentos faciais. Em relação aos tratamentos de corpo ainda se nota uma maior procura pelas mulheres, nomeadamente o aumento de glúteos e a redução de gordura localizada.
Há um sem-número de dúvidas que cercam este tema. Deve-se isso a falta de informação ou ainda existem alguns preconceitos em abordar o tema?
A medicina estética está a crescer e a desenvolver-se rapidamente e cada vez as pessoas estão mais informadas. Já lá vai o tempo em que as mulheres quando vinham à consulta mostravam preocupação com o resultado por terem preconceitos em relação aos outros.
O que são os neuromoduladores?
São substâncias como a toxina botulínica (vulgarmente conhecida por Botox) que têm a capacidade de relaxar os músculos responsáveis pelo surgimento das rugas de expressão. O tratamento com Botox é dos mais realizados porque permite um resultado natural que reserva a expressão dos pacientes e, ao mesmo tempo, previne que as rugas de expressão fiquem marcadas na pele do rosto.
Há a ideia de que paralisam ou deformam a expressão facial, é de facto assim?
A ideia de que o resultado do tratamento com toxina botulínica implica a perda de expressão está ultrapassada. O conceito do baby-botox é uma abordagem que permite precisamente esse resultado intermédio em que as rugas de expressão deixam de estar visíveis e o paciente preserva em absoluto a mímica facial.
Podem as substâncias de preenchimento inflamar excessivamente o rosto levando a pessoa a ficar irreconhecível?
É fundamental o bom senso médico nomeadamente em saber identificar quando estamos perante o exagero. A utilização de fillers de referência como o Art Filler garante resultados mais harmoniosos e com menor probabilidade de complicações.
São técnicas de medicina estética indicadas apenas para peles maduras?
Cada vez mais a palavra de ordem é a prevenção e melhoria da qualidade da pele. Quanto mais cedo começarem a ser feitos tratamentos mais eficazmente conseguimos desacelerar o processo de envelhecimento da pele. O processo de perda de colagénio inicia-se por volta dos 25 anos de idade por isso é recomendável iniciar os tratamentos em idades mais jovens e não quando a pele já está flácida e com rugas marcadas.
Há quem refira que uma vez desaparecido o efeito das terapias de medicina estética, as rugas ficam com um aspeto mais pronunciado. Verdade ou mito?
Acontece precisamente o contrário. No caso, por exemplo, dos tratamentos injectáveis com bioestimuladores regenerativos associados ao NCTF, há uma melhoria consistente da qualidade da pele a todos os níveis, fruto da estimulação de colagénio que estes proporcionam.
Um dos fatores que pode afastar mais pessoas é a possibilidade de sentir dor: as técnicas da medicina estética são dolorosas?
São utlizadas várias técnicas que permitem minimizar a sensibilidade dos pacientes quer com anestesia local quer, no caso dos tratamentos injetáveis, com agulhas muito finas. O desconforto pode variar muito em função da técnica e experiência do médico, devendo por isso optar por um profissional experiente.
Um dos problemas que afeta muitas mulheres na menopausa são as manchas, mas há o receio de que estas podem reaparecer na pele se não forem realizados tratamentos periódicos. Até que ponto é isto verdade?
Há vários cuidados importantes no sentido de prevenir o aparecimento de manchas nomeadamente o uso de cosméticos apropriados e evitar a exposição excessiva ao sol. Tratar condições como o melasma passa por um protocolo conjunto de várias sessões que devem ser respeitadas de forma a minimizar a hipótese de recidiva.
A partir dos 50 anos é quando provavelmente começamos a notar os sinais de envelhecimento de forma mais significativa, especialmente no rosto. A partir desta idade todas as soluções são cirúrgicas?
Os tratamentos de Medicina Estética complementam-se em absoluto com os de Cirurgia Plástica, ou seja, o facto de um rosto ter indicação cirúrgica não exclui a necessidade de ser tratada a qualidade da pele nomeadamente com substâncias que melhorem a textura, firmeza e o brilho da mesma como o NCTF.